As tradições religiosas são um pertencimento humano. Ou seja, elas fazem parte do contexto social e cultural de um povo. Uma das razões pelas quais vários indivíduos buscam algum tipo de religião é para "colocar ordem na vida". Por causa das intempéries do cotidiano, às pessoas buscam na fé religiosa, sentido para vida, espiritualidade, esperança para viver e também orientações para uma conduta correta.
A ética é um ramo da filosofia, e as religiões possuem em seu repertório doutrinário princípios éticos. Com isso podemos concluir que: religião e filosofia andam juntas. Geralmente quando uma pessoa procura uma religião, e adere a ela, consequentemente aceitará os princípios éticos e morais dessa religião.
O objetivo deste texto é ser mais uma fonte de apoio para auxiliar o trabalho dos professores do Ensino Religioso. O ethos é um dos eixos temáticos dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER).
1. Hinduísmo.
Mas qual a diferença entre carma e darma? O termo carma vem do sânscrito que significa "ação", "ato","trabalho", está ligado as consequências das ações feitas pelo homem, e que determinarão o que acontecerá com ele futuramente. O carma é um código de ética coletivo, ninguém foge dele. Já o darma é mais individual e está ligado a casta que a pessoa faz parte. Existe um darma para cada tipo de pessoa, e cabe a cada um viver conforme o seu darma.
Mas apesar disso, independente da casta, os hindus acreditam que a vida é sagrada. A violência deve ser evitada. E é condenável matar animais para alimentação. Essa é a causa da vaca ser um animal sagrado para os hindus. Os hindus não comem carne de vaca, eles são essencialmente vegetarianos.
2. Budismo.
O Budismo é uma divisão do hinduísmo, mas tomou emprestado alguns princípios éticos da antiga religião.
3. Judaísmo.
4. Islã.
5. Cristianismo.
O principal fundamento da ética cristã é a vida e os ensinos de Jesus Cristo. O fiel cristão procurará conduzir a sua vida através do que Cristo ensinou. O sermão da montanha, registrado no Evangelho de São Mateus, é uma das bases para fundamentação da ética cristã.
6. Considerações finais.
Ao analisar resumidamente os princípios éticos dessas cinco religiões podemos concluir que:
1. Cada religião tem uma forma diferente de entender o que é ética;
2. Por terem surgido em contextos sociais e culturais distintos, as religiões podem ter princípios de conduta que podem gerar conflitos com os de outra religião. Por exemplo, o Corão permite que o homem, se tiver condições econômicas, tenha até quatro mulheres (Alcorão 4.3) . É o que chama-se de poligamia. Na ética cristã a poligamia não é permitida;
3. Os princípios éticos não são eternos, eles podem sofrer algum tipo de mudança com o passar do tempo;
4. As religiões procuram, cada uma ao seu modo, serem um canal de mediação entre o homem e o transcendente.
REFERÊNCIAS:
COOGAN. Michael. Religiões. São Paulo, Publifolha, 2007.
HELLERN, Vitor; NOTAKER, Henry; GAARDER, Jostein. O livros das Religiões. São Paulo. Companhia das letras, 2000.
FONAPER. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. São Paulo, Mundo Mirim, 2009.
WILKINSON, Philip. Religiões: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.
A ética é um ramo da filosofia, e as religiões possuem em seu repertório doutrinário princípios éticos. Com isso podemos concluir que: religião e filosofia andam juntas. Geralmente quando uma pessoa procura uma religião, e adere a ela, consequentemente aceitará os princípios éticos e morais dessa religião.
O objetivo deste texto é ser mais uma fonte de apoio para auxiliar o trabalho dos professores do Ensino Religioso. O ethos é um dos eixos temáticos dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER).
"É a forma interior da moral humana em que se realiza o próprio sentido do ser. É formado na percepção interior dos valores, de que nasce o dever como expressão da consciência e como resposta do próprio "eu" pessoal. O valor moral tem ligação com um processo dinâmico da intimidade do ser humano e, para atingi-lo, não basta deter-se à superfície das ações humanas" (PCNER, 2009, p. 55-56).São analisados, de forma resumida, os princípios éticos do hinduísmo, budismo, judaísmo, islã e cristianismo.
1. Hinduísmo.
"A ética do hinduísmo funda-se no carma, a lei moral de causa e efeito, e no darma, o conceito do caminho moral correto que cada pessoa deve seguir. Como o caráter e as circunstancias de uma pessoa variam, a fé lhe oferece maneiras de viver bem e seguir seu darma" (WILKINSON, 2011, p. 172)."Aquilo que faço aqui e agora, terá consequências na próxima reencarnação". A ética hindu está completamente ligada a lei da "causa e efeito". O fiel hindu procura a partir do seus méritos e esforço próprio ter uma conduta moral que lhe garanta viver melhor em outra vida.
Mas qual a diferença entre carma e darma? O termo carma vem do sânscrito que significa "ação", "ato","trabalho", está ligado as consequências das ações feitas pelo homem, e que determinarão o que acontecerá com ele futuramente. O carma é um código de ética coletivo, ninguém foge dele. Já o darma é mais individual e está ligado a casta que a pessoa faz parte. Existe um darma para cada tipo de pessoa, e cabe a cada um viver conforme o seu darma.
"A sociedade hindu é dividida numa série de classes sociais, chamadas varnas ou castas. A vida e as ações de todos dependem da classe em que nasceram. Por tradição, o darma de uma pessoa tem relação direta com a varna em que nasceu. [...] A casta que um hindu nasce afeta sua escolha de trabalho, de cônjuge, e das pessoas com as quais pode comer ou de quem pode aceitar comida. A ética hindu se ajusta a esse sistema de classe, e a pessoa deve obedecer às regras de casta para permanecer ritualmente pura" (WILKINSON, 2011, p. 173).Não podemos esquecer que dentro desse sistema de castas, existem castas superiores e inferiores. E é um sistema que não permite mudanças, ou seja, quem é de uma casta inferior não pode mudar para outra superior. Em suma, o individuo cresce e morre na casta que nasceu.
Mas apesar disso, independente da casta, os hindus acreditam que a vida é sagrada. A violência deve ser evitada. E é condenável matar animais para alimentação. Essa é a causa da vaca ser um animal sagrado para os hindus. Os hindus não comem carne de vaca, eles são essencialmente vegetarianos.
2. Budismo.
O Budismo é uma divisão do hinduísmo, mas tomou emprestado alguns princípios éticos da antiga religião.
"Tal como outras religiões da Índia, como o hinduísmo e o jainismo, o budismo adere à lei da causalidade moral, ou carma, segundo a qual os seres humanos acumulam mérito ou demérito (carma bom ou mau) como resultado de seu comportamento.[...] Nesse ínterim, esperam acumular mérito seguindo os preceitos éticos estabelecidos quando o budismo surgiu" (WILKINSON, 2011, p. 194).A ética budista está fundamentada no "caminho das oito vias", é através deste caminho em que o fiel budista se esforça para se livrar do sofrimento e do desejo. Semelhante ao hinduísmo, a ética budista é essencialmente meritória, ou seja, é pelos seu méritos que o budista alcança à libertação dos desejos e do ciclo de reencarnações.
"Com base em sua própria experiência, Buda acreditava que o homem deve evitar os extremos da vida. Não se deve viver nem no prazer extravagante, nem na autonegação exagerada. Ambos os extremos acorrentam o homem ao mundo e, assim, à "roda da vida". O caminho para dar fim ao sofrimento é o "caminho do meio", e Buda o descreveu em oito partes: (1) perfeita compreensão; (2) perfeita aspiração; (3) perfeita fala; (4) perfeita conduta; (5) perfeito meio de subsistência; (6) perfeito esforço; (7) perfeita atenção, e (8) perfeita contemplação" (HELLERN; NOTAKER; GAARDER, 2000, p. 57).Os pontos 3, 4 e 5, estabelecem código moral no budismo. A perfeita fala significa que homem deve se abster de falar mentiras, calúnias e fofocas. O budista deve falar de forma verdadeira e amigável com o seu semelhante. A perfeita conduta está relacionada a não matar, não roubar, não ter uma vida promiscua, etc. A perfeita subsistência está relacionado à escolha de uma profissão. O budista não teve escolher um trabalho que entre em confronto com os ensinamentos budistas. Por exemplo, é incompatível um budista ser açougueiro, pois esse trabalho entra em desacordo com o princípio budista de não matar.
3. Judaísmo.
"O judaísmo tem centenas de mandamentos, mas os judeus não veem sua fé como legalista. Como os ensinamentos da Torá e do Talmude são muito práticos e cobrem todos os aspectos da vida, os judeus estão conscientes de sua religião e de sua ligação com Deus em tudo o que fazem" (WILKINSON, 2011, p. 72).A ética judaica não é dualista, ou seja, os judeus não fazem distinção entre ética e vida religiosa. Na Torá judaica existem ao todo 613 mandamentos, que regem vários aspectos da vida dos judeus.
"O judaísmo dá destaque a uma série de qualidades eticamente boas: generosidade, hospitalidade, boa vontade para ajudar, honestidade e respeito pelos pais. Um princípio fundamental é não fazer mal aos outros, ou, de maneira afirmativa: "Amará o teu próximo como a tio mesmo" (Levítico 19.18). [...] A Bíblia exige que sejam dados de presente aos pobres os frutos da terra. Desde os tempos antigos era hábito não colher o que desse nos cantos dos campos, para que os pobres pudessem ali entrar e colher para si. Do mesmo modo, parte das azeitonas e das uvas era deixada nas árvores e nos vinhedos para ser apanhada pelos pobres" (HELLERN; NOTAKER; GAARDER, 2000, p. 112).Colocar esses preceitos em prática é uma forma do fiel judeu se aproximar do Eterno. À medida que os mandamentos da Torá são observados e praticados; a vida social e comunitária dentro do judaísmo se torna justa, no sentido de que os menos favorecidos sejam amparados e os mais abastados sejam solidários.
4. Islã.
"O Islã é uma religião prática. Oferece a seus seguidores um corpo de instruções sobre como viver suas vidas, e estabeleceu um sistema, chamado xariá, para orientar a tomada de decisões morais e legais. Enraizadas no Corão, essas instruções morais também acolhem a opinião de líderes religiosos" (WILKINSON, 2011, p. 134).Todos princípio éticos islâmicos estão contidos na Xariá. É através dela que à vida do fiel muçulmano, como da sociedade são regidos. O Corão é o principal fundamento da Xariá e da ética muçulmana. No entanto, também existe a Suna que são os relatos da vida do Profeta Maomé. Quando uma passagem do Corão não é bem compreendida, a Suna (Hadith) do Profeta serve como auxilio interpretativo. Quanto mais o crente muçulmano conhece o Corão, mais aprenderá os princípios éticos do Islã.
5. Cristianismo.
O principal fundamento da ética cristã é a vida e os ensinos de Jesus Cristo. O fiel cristão procurará conduzir a sua vida através do que Cristo ensinou. O sermão da montanha, registrado no Evangelho de São Mateus, é uma das bases para fundamentação da ética cristã.
"O chamado Sermão da Montanha (Mateus 5-7) é fundamental para as bases éticas do cristianismo. Jesus começa dizendo à multidão que não veio para revogar a lei judaica de Moisés, mas sim para cumpri-la. Ele prossegue estabelecendo um novo sistema ético que estende a lei mosaica de um modo que se tornou fundamental para a formulação de uma moralidade cristã distinta. Amplia o mandamento "Não matarás", fazendo-o incluir até o fato de alimentar raiva contra o outro; expande o mandamento contra o adultério para que abranja desejos lúbricos; e reforça a injunção contra a invocação em vão do nome do Senhor, nela inserido praguejar falando em céu, terra ou em si próprio" (GOOGAN, 2007, p. 75).Por ser a religião com o maior número de adeptos; é comum que os princípios éticos do cristianismo acabem se espalhando para outras partes do planeta. Várias nações e países foram, durante sua história, moldados em princípios éticos cristãos. Trabalhos beneficentes, decisões jurídicas e a constituição de alguns países, foram direta ou indiretamente fundamentados em algum principio ético cristão.
6. Considerações finais.
Ao analisar resumidamente os princípios éticos dessas cinco religiões podemos concluir que:
1. Cada religião tem uma forma diferente de entender o que é ética;
2. Por terem surgido em contextos sociais e culturais distintos, as religiões podem ter princípios de conduta que podem gerar conflitos com os de outra religião. Por exemplo, o Corão permite que o homem, se tiver condições econômicas, tenha até quatro mulheres (Alcorão 4.3) . É o que chama-se de poligamia. Na ética cristã a poligamia não é permitida;
3. Os princípios éticos não são eternos, eles podem sofrer algum tipo de mudança com o passar do tempo;
4. As religiões procuram, cada uma ao seu modo, serem um canal de mediação entre o homem e o transcendente.
REFERÊNCIAS:
COOGAN. Michael. Religiões. São Paulo, Publifolha, 2007.
HELLERN, Vitor; NOTAKER, Henry; GAARDER, Jostein. O livros das Religiões. São Paulo. Companhia das letras, 2000.
FONAPER. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. São Paulo, Mundo Mirim, 2009.
WILKINSON, Philip. Religiões: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.