"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias" (Art. 5°, inciso VI da Constituição brasileira).
Seguir, não seguir ou mudar de religião é um direito que qualquer Estado democrático deve conceder aos seus cidadãos. Uma das características de um país laico é ser "neutro" em questões de religião ou crença. Não compete ao Estado impor determinada crença religiosa aos seus cidadãos, isso é algo que cabe a cada um escolher. Entretanto, o Estado pode através do ministério da educação e com a cooperação de representantes de diversas tradições religiosas; produzir material educativo que sirva de base na educação religiosa nas escolas. Uma educação religiosa de característica não confessional, isto é, que não ensine que esta ou aquela religião é falsa ou verdadeira, mas que mostre de modo amplo e imparcial à importância que elas têm para às pessoas que as seguem.
Um dos maiores problemas que existe hoje na sociedade chama-se intolerância religiosa, e ela é gerada pelo ódio e falta de conhecimento sobre as religiões. Sem dúvida existem alguns aspectos das religiões que podem parecer estranhos para muitas pessoas (isso dependendo do olhar que o indivíduo tem sobre elas), mas é importantíssimo que haja um conhecimento disponível para todos sobre o tema religião.
O presente texto tem o objetivo de oferecer aos leitores uma breve exposição sobre a liberdade religiosa no Brasil. E também, na medida do possível, servir de auxilio nas aulas do Ensino Religioso.
Um dos maiores problemas que existe hoje na sociedade chama-se intolerância religiosa, e ela é gerada pelo ódio e falta de conhecimento sobre as religiões. Sem dúvida existem alguns aspectos das religiões que podem parecer estranhos para muitas pessoas (isso dependendo do olhar que o indivíduo tem sobre elas), mas é importantíssimo que haja um conhecimento disponível para todos sobre o tema religião.
O presente texto tem o objetivo de oferecer aos leitores uma breve exposição sobre a liberdade religiosa no Brasil. E também, na medida do possível, servir de auxilio nas aulas do Ensino Religioso.
1. A RELEVÂNCIA DO CONHECIMENTO RELIGIOSO.
Antes de falarmos sobre liberdade
religiosa, é fundamental falarmos sobre a importância da aquisição do
conhecimento religioso como um meio para diminuir a ignorância e a
intolerância. Sem dúvida a ignorância e a intolerância são o resultado da falta
de um conhecimento religioso sólido. Devemos sempre acreditar que onde existe
conhecimento, esclarecimento e iluminação não existe espaço para a intolerância
e perseguição.
Ninguém pode negar que vivemos em um
mundo “multicultural”, isto é, um mundo em que às várias culturas se encontram
e se mesclam. Quando presenciamos a saída de várias pessoas de seus países de
origem e indo “recomeçar a vida” em outro; essas pessoas trarão consigo a sua
cultura e crenças religiosas. De igual modo, quando viajamos para algum país
diferente; diretamente entraremos em contato com a cultura e conheceremos as
crenças dos nativos daquele lugar.
Conforme Hellern; Notaker; Gaarder (2000,
p. 14): “Um conhecimento religioso sólido também é útil num mundo que se torna
cada vez mais multicultural. Muitos de nós viajamos para o exterior, entrando
em contato com sociedades que têm diferentes valores e modos de vida, ao mesmo
tempo que imigrantes e refugiados chegam a nossa própria porta, confrontando-se
com um sistema social que lhes é totalmente estranho. Além disso, o estudo das
religiões pode ser importante para o desenvolvimento pessoal do indivíduo. As
religiões do mundo podem responder a perguntas que o homem vem fazendo desde
tempos imemoriais”.
Não existe somente uma única religião,
pelo contrário, existem várias religiões. E cada uma com suas crenças,
cosmovisões, ritos, mitos e valores éticos e morais. Até hoje não se sabe como
as religiões surgiram no mundo, mas há um consenso de que elas são tão antigas
quando a própria humanidade. Então, ter um conhecimento religioso sólido é ao
mesmo tempo conhecer um pouco melhor o ser humano. Esta é a relevância do
conhecimento religioso.
2. A LIBERDADE RELIGIOSA NO BRASIL.
Por que temos, seguimos ou não seguimos
alguma religião? Simplesmente porque decidimos. Se alguém é cristão, judeu,
muçulmano, budista, espirita, etc., é porque de algum modo essas religiões lhe
ensinaram algo importante ou lhe deram algum sentido para a vida.
Em algum momento de suas vidas as
pessoas se sentem fracas e impotentes diante dos problemas ou procuram
respostas para algumas dúvidas sobre à existência humana. E neste afã acabam
encontrando nas religiões alivio para suas agruras e respostas para suas
perguntas.
Por outro lado, existem aqueles que não
seguem nenhuma religião. Estes são conhecidos como ateus e agnósticos. São
pessoas que vivem muito bem sem o auxílio das religiões. Mas isso não significa
que todos os ateus e agnósticos sejam “inimigos” da religião. Há ateus e
agnóstico que defendem que as religiões devem existir, porque elas de certa
forma contribuem com o bem-estar da sociedade. As religiões possuem em seu
arcabouço doutrinário princípios éticos que são de grande importância para que
haja uma “ordem social” no mundo.
Segundo Hellern; Notaker; Gaarder (2000,
p. 15): “O respeito pela vida religiosa dos outros, por suas opiniões e seus
pontos de vista, é um pré-requisito para a coexistência humana. Isto não
significa que devemos aceitar tudo como igualmente correto, mas que cada um tem
o direito de ser respeitado em seus pontos de vista, desde que estes não violem
os direitos humanos básicos”.
O Brasil em sua constituição no Art. 5°,
inciso VI diz: É inviolável a liberdade
de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cultos e suas liturgias”
A liberdade religiosa é um direito
fundamental de cada cidadão, mas em muitas situações esse direito é
desrespeitado. Há pequenos grupos religiosos radicais no Brasil (e no mundo) que
não aceitam que outras religiões tenham o direito de existir. Quase sempre nos
noticiários ficamos sabendo de algum caso de violência e intolerância contra alguma
religião. Mas por que isso ainda acontece? Podem existir vários fatores para
isso, mas sem dúvida um dos principais é a falta de conhecimento sobre a
religião do outro.
Outro fator que talvez possa ser uma das
causas da intolerância religiosa, é o medo
do desconhecido. Um religioso de mente fechada que desconhece outros pontos
de vista, verá a religião do outro como uma ameaça. Geralmente estes indivíduos
são religiosos fundamentalistas; eles são incapazes de dialogar com pessoas que
tenham uma fé diferente. Um exemplo muito claro são os grupos radicais
muçulmanos. Para eles as outras religiões são falsas e devem ser destruídas.
Acredito que a liberdade religiosa para
ser preservada deve ser ensinada nas escolas. E neste ponto o Ensino Religioso
é de grande importância. As novas gerações precisam ser orientadas para saber o que é
liberdade religiosa e ao mesmo tempo defendê-la. Um bonito gesto de cidadania é reconhecer que o outro tem o direito de ser livre e decidir escolher a fé que
quiser.
Fonte:
HELLERN, Vitor; NOTAKER, Henry; GAARDER,
Jostein. O livro das Religiões. São
Paulo: Companhia das letras, 2000.
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