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12 de março de 2017

PRINCÍPIOS ÉTICOS NAS RELIGIÕES - Um tema para o Ensino Religioso.


As tradições religiosas são um pertencimento humano. Ou seja, elas fazem parte do contexto social e cultural de um povo. Uma das razões pelas quais vários indivíduos buscam algum tipo de religião é para "colocar ordem na vida". Por causa das intempéries do cotidiano, às pessoas buscam na fé religiosa, sentido para vida, espiritualidade, esperança para viver e também orientações para uma conduta correta. 

A ética é um ramo da filosofia, e as religiões possuem em seu repertório doutrinário princípios éticos. Com isso podemos concluir que: religião e filosofia andam juntas. Geralmente quando uma pessoa procura uma religião, e adere a ela, consequentemente aceitará os princípios éticos e morais dessa religião.


O objetivo deste texto é ser mais uma fonte de apoio para auxiliar o trabalho dos professores do Ensino Religioso. O ethos é um dos eixos temáticos dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER).

"É a forma interior da moral humana em que se realiza o próprio sentido do ser. É formado na percepção interior dos valores, de que nasce o dever como expressão da consciência e como resposta do próprio "eu" pessoal. O valor moral tem ligação com um processo dinâmico da intimidade do ser humano e, para atingi-lo, não basta deter-se à superfície das ações humanas" (PCNER, 2009, p. 55-56). 
São analisados, de forma resumida, os princípios éticos do hinduísmo, budismo, judaísmo, islã e cristianismo.  

1. Hinduísmo.

"A ética do hinduísmo funda-se no carma, a lei moral de causa e efeito, e no darma, o conceito do caminho moral correto que cada pessoa deve seguir. Como o caráter e as circunstancias de uma pessoa variam, a fé lhe oferece maneiras de viver bem e seguir seu darma" (WILKINSON, 2011, p. 172).
"Aquilo que faço aqui e agora, terá consequências na próxima reencarnação". A ética hindu está completamente ligada a lei da "causa e efeito". O fiel hindu procura a partir do seus méritos e esforço próprio ter uma conduta moral que lhe garanta viver melhor em outra vida.

Mas qual a diferença entre carma e darma? O termo carma vem do sânscrito que significa "ação", "ato","trabalho", está ligado as consequências das ações feitas pelo homem, e que determinarão o que acontecerá com ele futuramente. O carma é um código de ética coletivo, ninguém foge dele. Já o darma é mais individual e está ligado a casta que a pessoa faz parte. Existe um darma para cada tipo de pessoa, e cabe a cada um viver conforme o seu darma. 

"A sociedade hindu é dividida numa série de classes sociais, chamadas varnas ou castas. A vida e as ações de todos dependem da classe em que nasceram. Por tradição, o darma de uma pessoa tem relação direta com a varna em que nasceu. [...] A casta que um hindu nasce afeta sua escolha de trabalho, de cônjuge, e das pessoas com as quais pode comer ou de quem pode aceitar comida. A ética hindu se ajusta a esse sistema de classe, e a pessoa deve obedecer às regras de casta para permanecer ritualmente pura" (WILKINSON, 2011, p. 173).
Não podemos esquecer que dentro desse sistema de castas, existem castas superiores e inferiores. E é um sistema que não permite mudanças, ou seja, quem é de uma casta inferior não pode mudar para outra superior. Em suma, o individuo cresce e morre na casta que nasceu. 

Mas apesar disso, independente da casta, os hindus acreditam que a vida é sagrada. A violência deve ser evitada. E é condenável matar animais para alimentação. Essa é a causa da vaca ser um animal sagrado para os hindus. Os hindus não comem carne de vaca, eles são essencialmente vegetarianos. 


2. Budismo.

O Budismo é uma divisão do hinduísmo, mas tomou emprestado alguns princípios éticos da antiga religião.
"Tal como outras religiões da Índia, como o hinduísmo e o jainismo, o budismo adere à lei da causalidade moral, ou carma, segundo a qual os seres humanos acumulam mérito ou demérito (carma bom ou mau) como resultado de seu comportamento.[...] Nesse ínterim, esperam acumular mérito seguindo os preceitos éticos estabelecidos quando o budismo surgiu" (WILKINSON, 2011, p. 194). 
A ética budista está fundamentada no "caminho das oito vias", é através deste caminho em que o fiel budista se esforça para se livrar do sofrimento e do desejo. Semelhante ao hinduísmo, a ética budista é essencialmente meritória, ou seja, é pelos seu méritos que o budista alcança à libertação dos desejos e do ciclo de reencarnações. 
"Com base em sua própria experiência, Buda acreditava que o homem deve evitar os extremos da vida. Não se deve viver nem no prazer extravagante, nem na autonegação exagerada. Ambos os extremos acorrentam o homem ao mundo e, assim, à "roda da vida". O caminho para dar fim ao sofrimento é o "caminho do meio", e Buda o descreveu em oito partes: (1) perfeita compreensão; (2) perfeita aspiração; (3) perfeita fala; (4) perfeita conduta; (5) perfeito meio de subsistência; (6) perfeito esforço; (7) perfeita atenção, e (8) perfeita contemplação" (HELLERN; NOTAKER; GAARDER, 2000, p. 57).
Os pontos 3, 4 e 5, estabelecem código moral no budismo. A perfeita fala significa que homem deve se abster de falar mentiras, calúnias e fofocas. O budista deve falar de forma verdadeira e amigável com o seu semelhante. A perfeita conduta está relacionada a não matar, não roubar, não ter uma vida promiscua, etc. A perfeita subsistência está relacionado à escolha de uma profissão. O budista não teve escolher um trabalho que entre em confronto com os ensinamentos budistas. Por exemplo, é incompatível um budista ser açougueiro, pois esse trabalho entra em desacordo com o princípio budista de não matar.

3. Judaísmo. 

"O judaísmo tem centenas de mandamentos, mas os judeus não veem sua fé como legalista. Como os ensinamentos da Torá e do Talmude são muito práticos e cobrem todos os aspectos da vida, os judeus estão conscientes de sua religião e de sua ligação com Deus em tudo o que fazem" (WILKINSON, 2011, p. 72).
A ética judaica não é dualista, ou seja, os judeus não fazem distinção entre ética e vida religiosa. Na Torá judaica existem ao todo 613 mandamentos, que regem vários aspectos da vida dos judeus.
"O judaísmo dá destaque a uma série de qualidades eticamente boas: generosidade, hospitalidade, boa vontade para ajudar, honestidade e respeito pelos pais. Um princípio fundamental é não fazer mal aos outros, ou, de maneira afirmativa: "Amará o teu próximo como a tio mesmo" (Levítico 19.18). [...] A Bíblia exige que sejam dados de presente aos pobres os frutos da terra. Desde os tempos antigos era hábito não colher o que desse nos cantos dos campos, para que os pobres pudessem ali entrar e colher para si. Do mesmo modo, parte das azeitonas e das uvas era deixada nas árvores e nos vinhedos para ser apanhada pelos pobres" (HELLERN; NOTAKER; GAARDER, 2000, p. 112).
Colocar esses preceitos em prática é uma forma do fiel judeu se aproximar do Eterno. À medida que os mandamentos da Torá são observados e praticados; a vida social e comunitária dentro do judaísmo se torna justa, no sentido de que os menos favorecidos sejam amparados e os mais abastados sejam solidários. 

4. Islã. 

"O Islã é uma religião prática. Oferece a seus seguidores um corpo de instruções sobre como viver suas vidas, e estabeleceu um sistema, chamado xariá, para orientar a tomada de decisões morais e legais. Enraizadas no Corão, essas instruções morais também acolhem a opinião de líderes religiosos" (WILKINSON, 2011, p. 134).
Todos princípio éticos islâmicos estão contidos na Xariá. É através dela que à vida do fiel muçulmano, como da sociedade são regidos. O Corão é o principal fundamento da Xariá e da ética muçulmana. No entanto, também existe a Suna que são os relatos da vida do Profeta Maomé. Quando uma passagem do Corão não é bem compreendida, a Suna (Hadith) do Profeta serve como auxilio interpretativo. Quanto mais o crente muçulmano conhece o Corão, mais aprenderá os princípios éticos do Islã. 

5. Cristianismo.

O principal fundamento da ética cristã é a vida e os ensinos de Jesus Cristo. O fiel cristão procurará conduzir a sua vida através do que Cristo ensinou. O sermão da montanha, registrado no Evangelho de São Mateus, é uma das bases para fundamentação da ética cristã. 
"O chamado Sermão da Montanha (Mateus 5-7) é fundamental para as bases éticas do cristianismo. Jesus começa dizendo à multidão que não veio para revogar a lei judaica de Moisés, mas sim para cumpri-la. Ele prossegue estabelecendo um novo sistema ético que estende a lei mosaica de um modo que se tornou fundamental para a formulação de uma moralidade cristã distinta. Amplia o mandamento "Não matarás", fazendo-o incluir até o fato de alimentar raiva contra o outro; expande o mandamento contra o adultério para que abranja desejos lúbricos; e reforça a injunção contra a invocação em vão do nome do Senhor, nela inserido praguejar falando em céu, terra ou em si próprio" (GOOGAN, 2007, p. 75).
Por ser a religião com o maior número de adeptos; é comum que os princípios éticos do cristianismo acabem se espalhando para outras partes do planeta. Várias nações e países foram, durante sua história, moldados em princípios éticos cristãos. Trabalhos beneficentes, decisões jurídicas e a constituição de alguns países, foram direta ou indiretamente fundamentados em algum principio ético cristão.  

6. Considerações finais.

Ao analisar resumidamente os princípios éticos dessas cinco religiões podemos concluir que: 

1. Cada religião tem uma forma diferente de entender o que é ética; 

2. Por terem surgido em contextos sociais e culturais distintos, as religiões podem ter princípios de conduta que podem gerar conflitos com os de outra religião. Por exemplo, o Corão permite que o homem, se tiver condições econômicas, tenha até quatro mulheres (Alcorão 4.3) . É o que chama-se de poligamia. Na ética cristã a poligamia não é permitida; 
3. Os princípios éticos não são eternos, eles podem sofrer algum tipo de mudança com o passar do tempo; 
4. As religiões procuram, cada uma ao seu modo, serem um canal de mediação entre o homem e o transcendente. 



REFERÊNCIAS: 
COOGAN. Michael. Religiões. São Paulo, Publifolha, 2007.
HELLERN, Vitor; NOTAKER, Henry; GAARDER, Jostein. O livros das Religiões. São Paulo. Companhia das letras, 2000.
FONAPER. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Religioso. São Paulo, Mundo Mirim, 2009.
WILKINSON, Philip. Religiões: guia ilustrado Zahar. Rio de Janeiro, Zahar, 2011.

14 de novembro de 2016

ASPECTOS GERAIS DA RELIGIÃO - O que faz uma religião ser o que ela é?


Ser religioso é uma das característica do ser humano. A pré-história confirma que desde os tempos mais antigos e remotos, o homem sempre buscou insaciavelmente respostas para às várias questões sobre à vida e à existência. Os ritos mortuários são uma prova de que o homem primitivo acreditava na existência de outra vida além desta.

Desde a antiga Mesopotâmia até os nosso dias, a presença da religião sempre teve grande influência sobre à vida humana. As grandes civilizações do passado tiveram sua formação fundamentada em algum preceito religioso. Nas sociedades contemporâneas e complexas de hoje, as leis têm alguma influência religiosa. Em suma, pessoas criam as sociedades e estas sociedades moldam as pessoas. E as religiões não fogem desta regra.

Os objetivos deste artigo são: 1. Saber por que à religião é importante; 2. Conhecer os aspectos, que de modo geral, caracterizam uma religião.

1. A importância relativa da Religião.
Falo em importância relativa porque nem todas as pessoas concordam que a vida religiosa seja tão importante. Aliás, essas pessoas acham que podem viver muito bem sem a ajuda das religiões. Em parte isso é até possível. Pessoas não religiosas podem ter vidas virtuosas, e até realizarem ações sociais beneficentes ao próximo. No entanto, há milhões de outras pessoas que acreditam que a vida religiosa pode lhes proporcionar sentido para vida, consolo diante da morte de uma pessoa muito querida e esperança para continuar vivendo.
"A religião fala sobre o sentido da vida. Ela declara que vale a pena viver. Que é possível ser feliz e sorrir. E o que todas elas propõem é nada mais que uma razão por que as pessoas continuam a ser fascinadas pela religião, a despeito de toda a crítica que lhe faz a ciência. A ciência nos coloca num mundo glacial e mecânico, matematicamente preciso  e tecnicamente manipulável, mas vazio de significações humanas e indiferente ao nosso amor" (ALVES, 2010, p. 119).
A ciência é incapaz de entender o mundo mágico da religião. Isso por que o mundo da religião é fundamentado na crença pessoal subjetiva, ou seja, tem que ter fé para compreender o mundo da religião. "Creio para compreender, e compreendo para crer melhor", já dizia santo Agostinho. https://pensador.uol.com.br/frase/NTk2MDY0/

A ciência não trabalha com fé, mas com observação empírica, e isso faz com que o mundo da ciência seja vazio e mecanicista. A religião é capaz de produzir sentimento de esperança nas pessoas, já a ciência não. "De fato, talvez seja esta a grande marca da religião: a esperança. E talvez possamos afirmar, com Ernest Bloch: "Onde está a esperança, ali também está a religião" (ALVES, 2010, p. 125).

2. Aspectos gerais da Religião.
Vejamos agora de forma resumida os aspectos característicos e comuns das religiões. Mas nem todas as religiões possuem esses aspectos de forma plena. 

a) Doutrina - É fundamental que uma religião tenha um repertório doutrinário. São as doutrinas, que de certa forma, diferenciam uma religião de outra. O principal meio de preservação das doutrinas são os textos sagrados. A Torá judaica, o Alcorão islâmico e os Vedas do Hinduísmo são exemplos de livros sagrados que são importantes para o ensino doutrinário.  Nas religiões africanas não existem textos escritos. As doutrinas eram (e são) passadas de forma oral, de pessoa para pessoa. 

Um ponto positivo do texto sagrado é que ele preserva melhor os ensinos deixados pelas gerações antigas. Mas um ponto negativo são as várias interpretações que são feitas a partir  desses textos, causando polêmicas e divisões dentro da comunidade religiosa. Ou seja, por trás de toda divisão no interior de uma religião, existe alguma controvérsia doutrinária.
"Discordâncias e divisões podem suscitar desafios e problemas dentro de uma fé, mas estimulam um processo interminável de desenvolvimento e renovação. Como resultado, novas religiões e movimentos religiosos surgem a todo momento para aceitar o desafio da doutrina e dar aos fieis novas perspectivas na vida e na fé" (WILKINSON, 2011, p. 21). 
Eis a origem das igrejas protestantes que saíram de dentro da  Igreja Católica, e do Budismo que saiu de dentro do Hinduísmo. Em suma, novas interpretações geram novas doutrinas que por sua vez geram novos movimentos religiosos!

b) Mitologia - "Mitologia é uma coleção de histórias sobre Deus ou deuses, versando em particular sobre as origens do cosmo e da humanidade e os papéis do divino. A mitologia de uma religião sustenta suas crenças, explica como é o mundo e fornece lições morais aos adeptos" (WILKINSON, 2011, p. 22).

"No principio aconteceu isso...", "Há muito tempo atrás isso aconteceu...", "Nossos antepassados nos contaram isso...", etc. A tradição oral foi (e ainda é) o método usado para transmitir às ações e façanhas dos entes sobrenaturais e dos heróis lendários. Cada povo tem sua cultura e cada cultura tem suas próprias histórias míticas. Defendo que: estudar a mitologia é ao mesmo tempo conhecer um pouco de nossa própria humanidade. A mitologia surgiu para tentar responder algumas perguntas que homem fazia (e faz) sobre o mundo e si mesmo. Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?

Desprezar a mitologia é uma atitude ignorante. Pois quem a despreza está desprezando uma parte importantíssima do conhecimento humano. Isso acontece pela mentalidade preconceituosa, que olha à mitologia com algo supersticioso e mentiroso. Não pode ser assim. Pois foram os mitos que deram sentido para vida de muitas pessoas. Por que eles (de certo modo), proporcionaram respostas para algumas questões da vida. 

c) Experiência religiosa - Uma ideia comum entre todas as religiões é que os fieis podem ter algum tipo de experiência mistica com o absoluto ou Deus. 
"Na origem de muitas religiões encontram-se uma revelação ou visão mistica. O Buda, meditando sob uma árvore, alcançou um estado transcendente que lhe permitiu ver sua solução para o problema do sofrimento no mundo. [...] Os profetas do Antigo testamento relataram experiências diretas e transformadoras de Deus, as quais são um elemento essencial da religião dos judeus. A luz cegante de Krisna domina o herói Arjuna no Bhagavad-gita, enchendo-o de pasmo e devoção" (WILKINSON, 2011, p. 24).
Sem dúvida esse é um dos principais motivos para milhões de pessoas aderirem à alguma religião. Como falei no inicio o homem é essencialmente religioso, e ele tem necessidade de preencher o vazio que tem em seu interior. A religião trabalha muito com o psicológico, emocional e espiritual das pessoas . 

d) Instituições religiosas - "São grupos de pessoas que se reúnem para liderar uma fé. Uma religião pode ter um único líder, à frente de uma administração altamente organizada; pode ainda ser governada menos formalmente, ou consistir em várias igrejas  com líderes locais" (WILKINSON, 2011, p. 26).

Um padre católico, um pastor protestante, um imã muçulmano e um monge budista. O que há de comum entre eles? Todos são líderes religiosos. E ambos tem a função (cada um ao seu modo), de orientar os seus seguidores no credo de suas respectivas comunidades religiosas. Um ponto forte das religião e o seu poder de "agregar" pessoas. A humanidade foi criada para viver e conviver em sociedade. Ao aderir a uma religião o individuou tem além da fé, à  oportunidade de conhecer pessoas e fazer novas amizades. E se for possível encontrar alguém para se casar!   

e) Ética - Tentar viver uma vida melhor é algo comum a todas a religiões. Não vou me estender muito nesse aspecto por que já escrevi uma postagem dedicada exclusivamente a esse tema. https://asfacesdosagrado.blogspot.com.br/2017/03/religioes-e-seus-principios-eticos-um.html

f) Ritual - Religião sem rito não é religião. Os ritos religiosos são de fundamental importância para o fortalecimento da fé do fiel. É através deles que a comunidade religiosa põem em prática a sua religiosidade.
"Os rituais de culto regulares proporcionam ao devoto uma ligação formalizada com Deus ou com o absoluto. Observâncias religiosas regulares, executadas de determinada maneira, em certos momentos, e num lugar sagrado especifico, podem envolver prece, canto, meditação ou outros rituais. Ao cultuar dessa forma prescrita, o fiel, além de entabular uma espécie de conversa com Deus, demonstra seu compromisso para com Ele. Religiões como o judaísmo, o islã e o siquismo enfatizam esse compromisso porque nelas há de fato um mandamento divino de cultuar ou orar regularmente" (WILKINSON, 2011, p. 31). 
g) Lugares e objetos sagrados - Um rio, uma pedra, uma árvore, uma montanha, um animal, um vale, uma caverna, etc. Dependendo da religião que a pessoa professa, objetos e lugares podem ter um status sagrado. Por exemplo, na Índia à vaca é uma animal sagrado, como também o rio Ganges é sagrado. No catolicismo as imagens e ícones são objetos sagrados. No Islã a cidade de Meca é um lugar sagrado, em que todo muçulmano, pelo menos uma vez na vida deve fazer uma peregrinação.

O sagrado é algo que vai ser definido pela tradição religiosa que o crente professa. Com isso em mente, é possível afirmar que o sagrado tem um caráter multifacetado, ou seja, o sagrado pode ter várias faces e também ter vários significados. Em suma, vai depender da fé e da devoção de cada um.

Fontes:
ALVES, Rubem. O que é Religião? São Paulo. Loyola, 2010.
WILKINSON, Philip. Religiões: guia ilustrado zahar. Rio de Janeiro, 2011.